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Aberta oficialmente a colheita do arroz no RS

Ato simbólico ocorreu na estação experimental do IRGA, em Cachoeirinha

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Por Sara Kirchhof/ Alexandre Farina

Foi sob um sol escaldante em um calor de mais de 30 graus, que quatro máquinas abriram oficialmente a colheita de arroz no Rio Grande do Sul neste sábado (18). A solenidade marcou o encerramento do evento técnico que durou três dias e movimentou milhares de pessoas na Estação Experimental do Arroz (EEA), em Cachoeirinha, onde são realizadas as pesquisas de melhoramento genético do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), autarquia vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação. No ato, o governador do Estado José Ivo Sartori foi representado pelo secretário da agricultura Ernani Polo.

Foi colhido aproximadamente um hectare de terra em uma lavoura de ensaio preparada especialmente para o evento. A lavoura foi semeada no sistema de cultivo mínimo no ainda mês de setembro. No local, foi utilizada a cultivar IRGA 424 RI/CL, desenvolvida pelo Irga com genética resistente ao arroz vermelho. Estima-se que a 424 ocupa 60% das lavouras de arroz do Estado. A expectativa é de uma produtividade acima de 12 mil quilos por hectare. Para a safra, existe uma projeção de colheita de aproximadamente 8,3 milhões de toneladas de arroz.

Depois da simbologia, produtores e público em geral foram convidados para acompanhar o anúncio de recursos para o setor e um panorama do atual cenário arrozeiro abordado no pronunciamento das autoridades, entre eles, deputados federais e estaduais, representantes de ministérios, prefeitos, secretários, prefeituras, fundações e entidades públicas e privadas. O Fundo Latino-Americano de Arroz Irrigado (Flar) participou da solenidade com convidados de 18 países.

O presidente do Irga, Guinter Frantz, ressaltou o impacto das pesquisas da entidade no bolso dos produtores: “Queremos aumentar a rentabilidade do produtor através da pesquisa. Como? Com melhor genética e com manejos corretos, isso se faz com pesquisa e se leva para o campo”, esclareceu. “O arroz ainda é um dos alimentos mais saudáveis que existe. Nós colhemos e sabemos que estamos consumindo saúde”, completou.

O secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, destacou a atual situação econômica enfrentada pelo Estado e demonstrou otimismo perante os desafios: “Que bom que teremos uma boa colheita. A atividade é muito dependente do clima, mas, este ano, temos bons motivos para comemorar. O desafio agora é organizar as finanças para um futuro melhor e é isso que o governador vem fazendo”, esclareceu. O secretário também lembrou que estão sendo chamados 47 técnicos e pesquisadores para atuar no Irga, para contribuir com a permanência de profissionais na autarquia.

Todas as entidades ressaltaram a contribuição do trabalho do Irga para o desenvolvimento da cadeia produtiva, a exemplo do presidente da Comissão do Arroz da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Francisco Schardong. “A semente produzida pelo Irga é um patrimônio do Estado. Se o Irga se vai, vai embora também um pedaço da pesquisa do setor”, defendeu.

Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz), entidade realizadora do evento, exaltou a presença do meio rural na solenidade. “As autoridades aqui hoje são os senhores produtores, desde quem é da pesquisa, até o agueiro da lavoura”.

O deputado federal, Luiz Carlos Heinze, que participou do evento representando a Câmara Federal dos Deputados, defendeu o reajuste do preço mínimo do arroz, que hoje fica na casa dos R$ 35. “O preço mínimo que nós temos hoje não adianta. O custo de produção calculado pelo Irga tem média de R$ 45,00. Não podemos vender abaixo disso”, enfatizou.

A cerimônia foi marcada por importantes anúncios para o setor, que vieram do Banco do Brasil que realizou uma assinatura para disponibilização de R$ 12 bilhões para o pré-custeio da safra 2017/2018.

Também foram anunciados R$ 700 milhões para a comercialização da safra, na linha de Financiamento para Estocagem de Produtos Agropecuários Integrantes do Programa de Garantia de Preços Mínimos (FEPM), que substituiu o EGF, com juros de 9,5% ao ano. As liberações estão sendo feitas desde janeiro nas regiões produtoras.

Durante a manhã, também foi entregue a última pá em forma de homenagem concedida pela Federarroz para reconhecer o trabalho pelo desenvolvimento prestado por profissionais e entidades à cadeia orizícola. Quem recebeu a distinção foi a fabricante John Deere.

O arroz movimenta cerca de 3% do ICMS gaúcho, e representa a maior área cultivável em 1 milhão e 60 mil hectares. São 20 mil lavouras distribuídas em 132 municípios. O Estado conta com 230 indústrias de recebimento do grão. Calcula-se que 220 mil pessoas estejam envolvidas com a cadeia.
No próximo ano, a Abertura Oficial da Colheita do Arroz deverá acontecer novamente em Cachoeirinha.

Foto:Eduardo Oliveira

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