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Conselho de Agrometeorologia lista orientações para cultivo no próximo trimestre

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. - Foto: Solange Brum/Fepagro

O Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), coordenado pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), divulgou hoje (13 de dezembro) seu boletim trimestral, com o prognóstico climático dos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. O documento, além de apresentar as previsões de precipitação e temperatura para os próximos três meses, também relaciona uma série de orientações para os agricultores de diversas culturas adotarem no período. Todas as indicações são baseadas nos dados obtidos pelas instituições relacionadas à agricultura e meteorologia no Estado.

 

Segundo o prognóstico apresentado, o mês de dezembro terá chuvas dentro do padrão na maior parte do Rio Grande do Sul. Em janeiro e fevereiro, as precipitações também tendem a ficar dentro da normalidade, exceto em áreas que mostram pequena redução de precipitações no sul, durante o mês de janeiro, e no oeste, em fevereiro. Para as temperaturas mínimas, o boletim indica, para o mês de dezembro, valores dentro do padrão climatológico. Em janeiro e fevereiro, porém, a tendência é de temperaturas um pouco abaixo do normal, especialmente no sul e oeste do Rio Grande do Sul. As temperaturas máximas deverão ficar dentro do padrão nos meses de dezembro e janeiro na maior parte do Estado, mas um pouco abaixo na parte oeste e fronteira sul. Em fevereiro, a temperatura poderá ter uma pequena redução no norte.

 

Os conselheiros do Copaaergs alertam para a tendência de uma redução da intensidade das chuvas na maior parte do Estado a partir de dezembro, lembrando a importância dos recursos hídricos acumulados para o próximo trimestre, que tem como característica o forte aumento da demanda evaporativa. Para esta época, o Conselho Permanente orienta racionalizar o uso de água e irrigar quando necessário, preferencialmente nos períodos críticos. O Conselho também solicita que os agricultores prestem muita atenção em incêndios nas áreas com vegetação seca, devendo-se manter faixas limpas (aceiros) e ter cuidado com o manuseio de material combustível.

 

Orientações específicas


Arroz

  • Terminar a semeadura tão logo seja possível, bem como a ressemeadura nas áreas afetadas por alagamento. Dar preferência para cultivares de ciclo precoce;
  • Racionalizar o uso da água disponível através de técnicas de manejo adequadas, tais como movimentação mínima da água nos quadros e manutenção de baixas lâminas de água;
  • Utilizar adubação nitrogenada em cobertura de acordo com a expectativa de produtividade. Lembrar que o prognóstico indica chuvas em torno da média ou, em algumas regiões, abaixo da média, para os meses de janeiro e fevereiro.

Feijão

  • Nas regiões em que a cultura está em desenvolvimento vegetativo, fazer adubação em cobertura quando o solo apresentar umidade adequada;
  • Irrigar, quando necessário, preferencialmente durante a floração e desenvolvimento de vagens;
  • Na safrinha, escalonar a época de semeadura e, se possível, utilizar mais de uma cultivar, respeitando o zoneamento agrícola.

Milho

  • Fazer adubação em cobertura quando o solo apresentar umidade adequada ou quando houver previsão de ocorrência de precipitação pluvial;
  • Irrigar, quando necessário, preferencialmente durante a floração e o enchimento de grãos.

Soja

  • Nas semeaduras no mês de dezembro, utilizar, preferencialmente, cultivares de ciclo tardio. Em solos mal drenados, utilizar cultivares de ciclo médio;
  • Utilizar tratamento de sementes;
  • Quando irrigar, fazê-lo preferencialmente durante a floração e o enchimento de grãos.

Forrageiras

  • Aumentar o estoque de forragens na propriedade, seja no campo (redução da carga animal e diferimento de potreiros), seja através de forragens conservadas (feno ou silagem);
  • No manejo das forrageiras e pastagens, procurar manter a cobertura do solo através de resíduo relativamente alto;
  • Utilizar suplementações estratégicas para as categorias dos rebanhos mais necessitados nos períodos em que ocorrerem estiagens;
  • Quando possível, indica-se a irrigação de pastagens cultivadas nos períodos de estiagem.

Fruticultura

  • Manter a cobertura morta durante todo o verão, de forma que esta proteja o solo e retenha a água;
  • Em citros, usar o raleio de frutos como prática indispensável;
  • Em pomares jovens, suplementar com irrigações para favorecer o estabelecimento das plantas, associada a práticas de manejo na linha (aplicação de dessecantes e/ou roçadas);
  • Na possibilidade de irrigar, priorizar métodos de irrigação localizados (gotejamento ou microaspersão);
  • Tomar cuidados com a poda verde (desfolhas, despontes, raleio de ramos etc) para evitar “golpes de sol” nos frutos. Ou seja, que se faça de maneira adequada e com critérios.

Hortaliças e flores

  • Em hortaliças onde é recomendado maior espaçamento entre linhas, fazer a subsolagem na linha de plantas e efetuar plantio direto com irrigação localizada;
  • Caso não haja irrigação, utilizar mudas com torrão (sem raiz nua). Evitar a produção de mudas em recipientes que acarretem redução do sistema radicular;
  • Usar cobertura morta ou mulching plástico e dar preferência à irrigação por gotejamento. Recomenda-se, no caso de uso da irrigação, consultar um agrônomo para dimensionar o sistema e seu correto manejo;
  • Aumentar a capacidade dos reservatórios de armazenamento de água;
  • Usar cobertura (tela de sombreamento e outras) para reduzir a radiação solar sobre as plantas.

Piscicultura

  • Proteger o açude com terraços em curva de nível para evitar a entrada de enxurrada;
  • Em períodos de estiagem, controlar os níveis de fertilização e de arraçoamento, evitando-se sobras, para que não haja o acúmulo de matéria orgânica;
  • Verificar a transparência da água, que deve estar entre 30 a 45 cm;
  • Em dias nublados e sem vento, ou quando aparecer sinais de falta de oxigênio, utilizar aeradores durante os horários mais quentes do dia por, no mínimo, uma hora e durante a noite, entre meia-noite e o amanhecer;
  • Criar espécies de peixes adaptados às condições climáticas de sua região. Além disso, deve-se fazer a aclimatação dos peixes, no momento do povoamento, colocando-se os sacos plásticos na água do viveiro, por um período de 20 a 30 minutos antes da soltura, misturando-se gradativamente as duas águas;
  • Não alimentar os peixes se a temperatura da água estiver acima ou abaixo da temperatura indicada para as espécies criadas;
  • Passar a rede, tarrafear ou povoar açudes somente nos horários mais frescos do dia.

O Boletim Copaaergs completo para o próximo trimestre está disponível neste link.

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