Benefícios e resultados do Irriga + RS são apresentados em seminário em Muitos Capões
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A irrigação é uma forma de mitigar os efeitos recorrentes de estiagens e também uma tecnologia que permite aumentar a produtividade e a produção. Para incentivar a sua adoção, o Estado dispõe do Programa Irriga + RS, que foi apresentado nesta quinta-feira (29/05), durante o Seminário de Irrigação realizado em Muitos Capões.
Cerca de 85 produtores participaram do evento, que também contou com a presença do subsecretário de irrigação da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Paulo Salerno, do gerente regional adjunto da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, Orlando Junior Kramer Velho, e o secretário da Indústria e Comércio de Muitos Capões, Douglas Pinter Moreira, entre outras autoridades.
O Irriga + RS é um programa de incentivo financeiro direto ao produtor rural, que proporciona 20% de subvenção nos projetos encaminhados, limitado a R$ 100 mil por beneficiário. Em todo o estado, já foram encaminhados 1.017 projetos de irrigação, com mais de 15 mil novos hectares irrigados e a expectativa de alcançar 100 mil hectares até 2027. Com 15 projetos enviados, Muitos Capões é um dos municípios da Serra que mais se destacam nessa área. "Quem já tem irrigação sabe a diferença que ela faz, junto com as boas práticas de manejo e conservação do solo, para que se possa ter uma maior produtividade e melhorar a qualidade da produção do agro", salienta Salerno.
As normas ambientais de outorgas e licenças para irrigação foram apresentadas pelo assistente técnico estadual da Emater/RS-Ascar, Carlos Gabriel Nunes dos Santos. Ele discorreu sobre a necessidade de que todos os usuários de água para atividade de irrigação precisam fazer o cadastro de uso da água e instruir o processo de outorga ou sua dispensa, conforme o volume de água que irá usar na irrigação. Santos abordou também a necessidade ou não de licenciamento da atividade: do ponto de captação da água para uso na irrigação e da irrigação propriamente dita.
O evento foi promovido pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e Emater/RS-Ascar, com apoio da Prefeitura de Muitos Capões e Sicredi.
Relato de Experiências
Produtores que já comprovaram a importância e sentiram os resultados da irrigação também fizeram seus relatos ao público. Do município de Muitos Capões, o produtor Diego da Mota e Silva, que tem como atividade principal a pecuária de corte e a produção de ovinos, e o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, Luciano Carvalho da Silva, apresentaram o case de irrigação por aspersão em pastagem (0,4 ha) e milho silagem (4ha).
As perdas sofridas em razão de estiagens foi o que motivou a família a adotar a irrigação em 2023, e hoje buscar a ampliação para mais 2,3 ha de pastagem, dentro do Irriga + RS. Entre os resultados alcançados, foram apontados a segurança de colheita do milho e produção de pastagens e o aumento da produção, garantindo a alimentação e o ganho de peso dos animais, com maior rentabilidade. "Outro fator a ser considerado é o aspecto mental e emocional da família. Poder deitar à noite e dormir um pouco mais tranquilo, sem ficar pensando na chuva que não cai, com certeza não tem preço", frisa o produtor.
Um dos pioneiros no município de Paraí no uso da irrigação, o produtor de leite Arialdo Bristot, e o extensionista rural Orivaldo Trevisan, apresentaram a experiência de irrigação por aspersão em milho. Atualmente, a família possui 6 ha irrigados. Bristot recomenda que os produtores aproveitem essa política pública para investir na irrigação e destacou os impactos sentidos, como a segurança e estabilidade na produção. "Nós já tivemos momentos de seca em que colhemos 30, 35 sacos de milho por hectare, enquanto na área irrigada chegou a 207 sacos/ha. A irrigação é uma ferramenta que agrega muito, junto com outras práticas sustentáveis que adotamos, como o plantio direto, a correção, cobertura e manejo do solo e a armazenagem de grãos", afirma. Com o fomento na propriedade, com tecnologias como a irrigação, a sucessão rural é outro resultado comemorado pelo agricultor, ao relatar que o filho de 17 anos já está focado na atividade e gosta do que faz.