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CemetRS: Regime de chuvas amenizou déficit de água das culturas de verão

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Para as videiras, o Boletim Especial indica a adoção de medidas de manejo da copa, tais como poda verde, desbrote e desfolha, - Foto: Solange Brum

 

O Centro Estadual de Meteorologia (CemetRS) divulgou nesta sexta-feira (17) um boletim semanal especial sobre a situação das principais culturas de primavera-verão do Rio Grande do Sul, depois das chuvas que ocorreram no Estado durante os últimos dias. A publicação também oferece a previsão meteorológica para o período de 17 a 23 de janeiro. 

De acordo com o documento, as chuvas favoreceram o armazenamento de água no solo e amenizaram eventual déficit hídrico nas lavouras de primavera-verão em todo Estado. No entanto, o CemetRS alerta para as culturas de frutíferas de clima temperado, como videiras, macieiras e ameixeiras, cujos frutos se encontram na etapa de maturação e colheita na Serra Gaúcha: as precipitações frequentes e as altas temperaturas do ar podem ter favorecido a ocorrência de doenças fúngicas.

 

Videiras - A região da Serra iniciou a colheita das uvas superprecoces para processamento de vinho e espumantes, como a Chardonnay e a Pinot Noir. De modo geral, as precipitações pluviais, quando ocorrem no período de maturação, intensificam o desenvolvimento de doenças fúngicas, especialmente podridões dos cachos e, em algumas cultivares, podem provocar rachadura das bagas em videiras. Como consequência, o teor de açúcar reduz e a acidez aumenta, diminuindo a qualidade das uvas de mesa e das destinadas à elaboração de sucos e vinhos. Na Serra Gaúcha, a formação de neblina no período da manhã prolonga o molhamento foliar e intensifica as condições favoráveis ao desenvolvimento dos fungos que podem ocasionar perdas para este tipo de cultura. O Boletim Especial indica a adoção de medidas de manejo da copa, tais como poda verde, desbrote e desfolha, para diminuir o vigor vegetativo da planta, favorecer a circulação de ar e reduzir o molhamento dos cachos.


Milho - Com o retorno das chuvas e consequente aumento da umidade no solo, foi possível quantificar as perdas da cultura devido à pequena estiagem ocorrida durante o mês de dezembro, devendo manter a expectativa inicial de rendimento de 4.912 kg por hectare. Apenas casos pontuais experimentaram prejuízos mais acentuados, principalmente em áreas no entorno de Ijuí e Passo Fundo.


Soja - Segundo a Emater-RS/ASCAR,a cultura da soja apresentou rápida recuperação do crescimento nos últimos dias, com aumento da emissão de ramos laterais, o que pode contribuir para atingir as perspectivas de produtividade iniciais. Os produtores têm intensificado a aplicação de fungicidas e inseticidas, além do controle de ervas. Observação da Emater aponta que, após as chuvas, houve um ligeiro aumento no surto de lagartas, mas sem registros de ocorrência de Helicoverpa armigera.


Feijão - Apesar de ter passado por um período de escassez de chuvas, a cultura do feijão deverá manter a produtividade inicialmente esperada para o Estado, que é de 1.260 kg/ha. As condições climáticas voltaram a ser favoráveis à cultura, que evolui com bom padrão e sem problemas fitossanitários, embora em algumas áreas os danos causados pela falta de umidade sejam irreversíveis. A colheita está ligeiramente atrasada em relação à média histórica que é de 46%, em decorrência de problemas climáticos que atrasaram a fase de plantio.


Arroz - A cultura do arroz tem se beneficiado das condições meteorológicas dos últimos períodos, com alta disponibilidade de radiação e altas temperaturas, que favorecem o desenvolvimento vegetativo da cultura. Essas condições fizeram com que as lavouras também acelerassem o processo de floração que atinge 22% das lavouras, enquanto 13% das áreas encontram-se em fase de enchimento de grãos. De acordo com a Emater, não há registros de infestações de pragas e moléstias, ocorrendo apenas alguns casos pontuais de ataque de percevejos e lagartas que já foram controlados, sem maiores prejuízos.


Forrageiras - As chuvas ocorridas no decorrer da semana permitiram uma boa retomada do crescimento das pastagens nativas na maioria das áreas, possibilitando boas condições de pastejo. Para as pastagens cultivadas, o atraso no plantio principalmente de milheto e sorgo forrageiro devem restringir o potencial de produção, reduzindo o número de pastejos possíveis em algumas áreas do Estado. O aumento da umidade de solo também permitiu a semeadura de lavouras de milho, visando à produção de silagem na zona Sul do Estado.


Semana de calor na maior parte do RS 

 

O Boletim do CemetRS aponta para uma semana de calor na maior parte do Rio Grande do Sul.Entre esta sexta-feira (13) e terça (21), a presença do ar seco manterá o tempo aberto, com predomínio do sol e de altas temperaturas. A partir de domingo (19), o ingresso de uma massa de ar quente e úmido vai intensificar o calor em todas as regiões: as temperaturas máximas superarão os 33ºC em praticamente todas as localidades, com oscilação acima dos 35ºC em diversas áreas da faixa Central, Campanha e no Oeste gaúcho.

 

O calor e a alta umidade podem provocar chuva de verão no Planalto Médio e nos Campos de Cima da Serra, com precipitações entre cinco e 10 mm. Entre a quarta-feira (22) e a quinta (23), uma nova frente fria se aproxima, provocando pancadas de chuva nas Missões, Campanha e na Zona Sul. Os volumes esperados são baixos, entre cinco e 10 mm. Somente nas áreas de fronteira com o Uruguai os totais devem alcançar os 20 mm.

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