Ciência ao alcance de alunos de escolas públicas
IPVDF para as escolas ocorre em Eldorado do Sul
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“Que legal, ele tá se mexendo”, vibraram alunos de ensino médio ao observarem o desenvolvimento de um embrião de frango com a técnica da ovoscopia. Essa e outras atividades integraram o “IPVDF para as escolas”, realizado durante dois dias na última semana no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor – IPVDF, em Eldorado do Sul. Cerca de 40 pesquisadores, mestrandos e estagiários receberam 250 alunos de escolas públicas de educação infantil e ensinos fundamental e médio da região. O evento integra o curso de mestrado do Programa de Pós-graduação em Saúde Animal (PPGSA) do Instituto, que é ligado ao Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi).
Segundo a coordenadora do evento, médica veterinária e pesquisadora Rovaina Doyle, a ideia é integrar a comunidade e possibilitar que crianças e adolescentes tenham um primeiro contato com as atividades de diagnóstico e pesquisa. “As atividades são voltadas para os estudantes, para que eles compreendam como é o trabalho do médico veterinário em um instituto de referência”.
Rovaina contou que as atividades envolveram alunos de 4 a 16 anos, da Escola Municipal de Educação Infantil Arco-Íris, da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor Américo Braga e da Escola Municipal de Ensino Fundamental Anita Garibaldi. “Eles conheceram o trabalho de sete laboratórios: Microbiologia, Patologia, Parasitologia, Virologia-Raiva, Inovação Tecnológica - Micologia, Saúde das Aves e Biologia Molecular. Tudo conforme a faixa etária, claro”.

De acordo com a médica veterinária, eles realizaram atividades práticas dentro dos laboratórios de Inovação Tecnológica - Micologia, onde viram os fungos; de Saúde das Aves, onde observaram o desenvolvimento embrionário dos pintos dentro dos ovos; de Microbiologia, onde aprenderam sobre a microbiologia do leite e lactobacilos; e de Patologia, onde viram como perceber tumores de mama em animais, por exemplo.

Rovaina comentou ainda que os alunos de educação infantil também conheceram o ciclo do carrapato bovino no laboratório de Parasitologia. “Viram as larvas de carrapato se mexendo na lupa, assistiram a um teatro sobre a raiva e ainda viram o desenvolvimento dos pintos no laboratório das aves”.

O aluno do primeiro ano do ensino médio da Escola Américo Braga, Thyago Soares, de 16 anos, estava realizado. “Achei muito legal a visita. Aprendi sobre fungos e adorei ver o crescimento da ave no ovo", disse animado. A mestranda do PPGSA, Maria Lúcia Gasparetto, foi quem mostrou o ovoscópio, usado para acompanhar os diferentes estágios do embrião no ovo de galinhas. “A luz ultrapassa a casca do ovo e se consegue ver por dentro como está. No dia 3 ainda não dá para ver a formação do pintinho, é apenas uma gema; com 7 dias já dá para começar a visualizar um pouco mais; com 11 dias há um desenvolvimento maior do pinto; com 15 dias é possível ver a ave se mexendo; e com 21 dias ela já começa a bicar a casca para sair”, esclareceu Maria Lúcia.

Thyago relatou que, através do ovoscópio, viram o “pintinho se mexendo dentro do ovo. Ele tinha 15 dias. Foi muito legal ver que o processo do nascimento é muito rápido, uns 21 dias”, disse entusiasmado. “Conhecimento nunca é demais. Acho muito importante as escolas terem essas saídas de campo. Gostei muito desse passeio, porque me proporcionou saber mais sobre a profissão que quero seguir: de médico veterinário”.
O vice-diretor da Escola Américo Braga, Dagoberto Heidolph, que acompanhou as turmas, estava “maravilhado” com a iniciativa. “Isso trouxe para os nossos alunos a capacidade de experienciarem um desenvolvimento profissional. Eles estão muito motivados”.
O “IPVDF para as escolas” contou com o patrocínio da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS).