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Circular divulga desempenho de clones de videiras em Veranópolis

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uvas foto fernando dias
Foto: Fernando Dias/Seapdr
Por Darlene Silveira

Avaliar clones de variedades Vitis vinífera L., com base nas características agronômicas e com qualidade superior aos padrões utilizados, compatíveis com o destino da produção, gerando acréscimo na qualidade dos seus vinhos. Com esse objetivo foi instalado o experimento “Desempenho inicial de clones de videiras de variedades Vitis Vinifera para a microrregião de Veranópolis” no Centro de Pesquisa Carlos Gayer do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) em 2016. Resultados preliminares obtidos na safra 2019/2020 indicam que a diversidade e potencialidade encontradas entre clones conferem resultados promissores para futuramente promover a indicação e aplicação à cadeia produtiva de uvas para vinhos. A circular é gratuita e está disponível para download em  20165434 circular 7 fogaca et al publicacao (1) (.pdf 1,38 MBytes)

O estudo foi conduzido pelos pesquisadores Cláudia Martellet Fogaça, Adeliano Cargnin, Rafael Anzanello e Gabriele Becker Delwing Sartori e foi composto por quatro variedades de uvas viníferas: Cabernet Franc (sete clones) e Merlot (quatro clones), ambas originam vinhos tintos, e Chardonnay (quatro clones) e Riesling Itálico (três clones), ambas originam vinhos brancos. O experimento foi constituído por 18 clones.

Segundo a pesquisadora Gabriele Sartori, os resultados, ainda que preliminares, indicam possível variabilidade entre os clones, principalmente em produtividade e qualidade de fruto. “Isto evidencia a importância da avaliação e acompanhamento do desempenho das plantas. Os clones testados apresentam características distintas visando à obtenção de vinhos de alta qualidade, evidenciando a necessidade da escolha de clones que possuam boa adaptação e produtividade em relação às condições edafoclimáticas da microrregião de Veranópolis para cada variedade vinífera”, explica.

Gabriele ressalta que é necessário o acompanhamento de um maior número de safras para máxima consistência e representatividade dos dados, ampliando as variáveis avaliadas. “Para isso, é preciso dar continuidade à pesquisa de seleção e avaliação de clones das variedades viníferas em Veranópolis para fornecer resultados mais conclusivos do trabalho, assim como a futura indicação dos clones mais promissores para cada variedade”.

No experimento, as informações extraídas do primeiro ciclo de produção (safra 2019/2020) demostram potencialidade inicial dos clones RI 12 V23, INRA 132, INRA 181 e INRA 214 das variedades Riesling Itálico, Chardonnay, Merlot e Cabernet Franc, respectivamente, para os atributos quantitativos e qualitativos de produção avaliados, no primeiro ano de produção. 

Sobre a vitivinicultura no Brasil

O desenvolvimento da vitivinicultura no Brasil tem contado com programas de melhoramento genético da videira. Nos últimos anos, foram lançadas variedades com boas características de adaptação às condições edafoclimáticas brasileiras, o que reflete em elevada produtividade e maior nível de resistência às principais doenças que atacam a cultura da videira, como o míldio (Plasmopora viticola), o oídio (Uncinula necator), entre outras.

O gênero Vitis, ao qual pertencem as videiras cultivadas ou selvagens, abrange cerca de 30 espécies, sendo que as mais importantes são Vitis vinifera e outras de origem americana como V. labrusca, V. riparia, V. aestivalis, V. berlandieri, entre outras.

As primeiras variedades de uvas cultivadas no Brasil foram as uvas finas (Vitis vinifera L.) introduzidas pelos portugueses no século XVI. A vitivinicultura brasileira, porém, somente se consolidou em meados do século XIX, com a introdução da variedade de uva americana ‘Isabel’ (Vitis labrusca L.) pelos imigrantes italianos. Portanto, o primeiro ciclo de expansão da viticultura brasileira teve como base o cultivo de uvas americanas, melhor adaptadas às condições edafoclimáticas locais.

Já no século XX, as uvas finas voltaram a ganhar expressão para a produção de vinhos e para o consumo in natura. Atualmente, observa-se o surgimento de novas áreas de plantio, o que indica uma tendência de expansão da cultura no país. Essa evolução vem dando suporte ao desenvolvimento e à adoção de novas tecnologias que contribuem para o estabelecimento da vitivinicultura como uma atividade economicamente rentável no Brasil.

 

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