Colheita da soja avança para 88% da área total cultivada no RS
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O ritmo de colheita da soja avançou de forma significativa, favorecido pela manutenção de condições climáticas estáveis, como dias ensolarados, tempo seco e ausência de precipitações, proporcionando a adequada execução da operação, assim como da logística de transporte. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (30/04), a área colhida atinge 88%, persistindo certa desuniformidade na maturação das lavouras, embora se observe melhora na qualidade dos grãos colhidos nas últimas semanas.
A colheita das lavouras semeadas em novembro e início de dezembro já foi finalizada e os produtores aguardam a maturação plena das áreas implantadas a partir de meados de dezembro para realizar a operação. Entre as lavouras remanescentes, 11% encontram-se em estágio de maturação fisiológica e 1% ainda em enchimento de grãos.
Após três semanas de precipitações escassas, a umidade dos grãos reduziu-se rapidamente, situando-se entre 12% e 13%, beneficiando o processo de debulha natural, tanto nas lavouras quanto no molinete das máquinas colhedoras. Como medida de mitigação de perdas, os produtores têm estendido os turnos de colheita até o início da noite ou contratado serviços terceirizados, visando reduzir riscos decorrentes de eventuais períodos chuvosos, que comprometeriam a qualidade do produto em campo.
Nas regiões onde ocorreu a redução na produção em função da estiagem, algumas áreas arrendadas para o cultivo de soja estão sendo objeto de renegociação, com ajustes nas condições contratuais, incluindo a concessão de descontos nos valores de arrendamento.
Milho
O avanço da colheita das lavouras de milho tem sido pouco expressivo, uma vez que, nas principais áreas produtoras do cereal, a operação já foi realizada em janeiro. Restam plantios em unidades produtivas de menor escala, onde é comum a permanência prolongada das plantas no campo, mesmo após a maturação fisiológica. Esse manejo é motivado por limitações na infraestrutura de armazenagem nas propriedades e pelos elevados descontos aplicados pelas cerealistas para secagem de grãos com alta umidade.
A área colhida alcançou 90%. Restam 6% maduras ou em maturação e 4% em enchimento de grãos. O clima seco e de temperaturas acima da média para o período beneficiou as lavouras, promovendo maior acúmulo de graus-dia e potencializando o progresso das fases fenológicas, especialmente as reprodutivas. Também contribuiu para maior eficiência metabólica e, consequentemente, para o desempenho produtivo.
Milho Silagem
A colheita de milho silagem avançou conforme a evolução fenológica das lavouras e a chegada ao ponto ideal de corte – estágio em que a planta atinge a máxima produtividade de massa verde, com adequada proporção entre grãos e fração fibrosa. Estima-se que 91% da área foi colhida; 4% estão em início de maturação fisiológica; e 5% em enchimento de grãos.
Arroz
O período sem precipitações na maior parte dos municípios favoreceu o avanço da colheita do arroz, embora tenha intensificado a ocorrência de grãos com baixa umidade, resultando em elevados índices de quebra do cereal durante o beneficiamento. A área colhida está estimada em 91% da cultivada.
Próximo ao encerramento da safra, destaca-se a situação crítica das barragens utilizadas para irrigação, cujos níveis estão muito baixos, tornando imprescindível o retorno de chuvas volumosas no restante do outono e ao longo do inverno, para assegurar o abastecimento hídrico da próxima safra.
Feijão 1º safra
A primeira safra de feijão no Estado foi concluída. A estimativa de produtividade está em 1.838 kg/ha em uma área de 49.901 hectares.
Feijão 2ª safra
A colheita do feijão segunda safra evoluiu de 20% para 23%, beneficiada pelas condições climáticas, mas limitada pela quantidade de áreas maduras. A produtividade obtida está próxima a 1.300 kg/ha.
A cultura segue beneficiada pelas condições climáticas, como predomínio de tempo firme, elevada radiação solar e temperaturas amenas, durante as noites e manhãs, e mais altas ao longo do dia, o que favoreceu o desenvolvimento vegetativo, resultando em incremento de estatura das plantas. Contudo, a prolongada ausência de chuvas tem reduzido os níveis de umidade do solo, sendo necessárias precipitações para assegurar a manutenção do potencial produtivo.
A elevada umidade relativa do ar nas manhãs e a formação de orvalho ocasionaram a incidência de doenças fúngicas, como antracnose. Nessas condições, o manejo fitossanitário torna-se fundamental, sendo realizada algumas aplicações antifúngicas preventivas.