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Conselho de Agrometeorologia lista orientações para cultivo no próximo trimestre

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Quanto às temperaturas mínimas, boletim do Copaaergs indica que a tendência é predominar valores pouco acima do padrão na maio - Foto: Solange Brum/Fepagro

 

O Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), coordenado pela Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), divulgou nesta terça-feira (4) seu boletim trimestral, com o prognóstico climático para os meses de novembro, dezembro e janeiro. O documento, além de apresentar as previsões de precipitação e temperatura para os próximos três meses, também relaciona uma série de orientações para os agricultores de diversas culturas adotarem no período. Todas as indicações são baseadas nos dados obtidos pelas instituições relacionadas à agricultura e meteorologia no Estado.

 

Segundo o prognóstico apresentado, nos meses de novembro e dezembro haverá chuvas um pouco acima do padrão em todo o Rio Grande do Sul, principalmente no norte e oeste do Estado. Em janeiro, as precipitações tendem a ficar dentro da normalidade. Para as temperaturas mínimas, o boletim indica que a tendência é predominar valores pouco acima do padrão na maior parte do Estado em novembro e dezembro, mas valores dentro do padrão em janeiro.

 

Para as temperaturas máximas, a variação da umidade causa efeito parcialmente contrário aos das temperaturas mínimas. Em novembro, o modelo aponta para valores médios pouco abaixo do padrão, especialmente na metade norte do Estado, enquanto, em dezembro, a tendência é de predominar valores dentro do padrão climatológico. Para janeiro, apenas a parte leste do Estado indica valores pouco acima do padrão. As demais regiões devem ficar dentro do padrão climatológico.

 

Orientações específicas


Arroz


  • Dimensionar a semeadura de acordo com a disponibilidade de água;

  • Dentro do possível, dar continuidade à semeadura respeitando o zoneamento agrícola, semeando primeiro cultivares de ciclo tardio, seguido das de ciclo médio e precoce e, por último, as de ciclo muito precoce;

  • Para os produtores que ainda não semearam suas lavouras e tendo em vista a chuva acima da média, nos meses de novembro e dezembro, atentar para a drenagem após o estabelecimento da lavoura a fim de evitar prejuízos no stand inicial;

  • Evitar semeadura em áreas sujeitas a inundação;

  • Evitar o uso de cultivares de ciclo tardio e, nas semeaduras após meados de novembro, dar prefêrencia para cultivares de ciclo precoce;

  • Iniciar a irrigação definitiva quando as plantas estiverem no estádio de três a quatro folhas, fazendo a aplicação da adubação nitrogenada em cobertura, preferencialmente em solo seco, antes da entrada de água;

  • Evitar o uso de altas doses de nitrogênio na segunda adubação de cobertura em função da possível diminuição da luminosidade, que reduz a resposta da adubação nitrogenada;

  • Monitorar a lavoura devido ao possível aumento de incidências de doenças em função das condições meteorológicas;

  • Racionalizar o uso da água disponível através de técnicas de manejo adequadas, tais como a movimentação mínima da água nos quadros e manutenção de lâminas de água baixas.

Feijão

  • Escalonar a época de semeadura e, se possível, utilizar mais de uma cultivar, respeitando o zoneamento agrícola;

  • Fazer adubação em cobertura preferencialmente antes da ocorrência de chuvas ou quando o solo apresentar disponibilidade de água adequada.

Milho

  • Escalonar a semeadura para diminuir a possibilidade de coincidir o período crítico da cultura (do início da floração até grão leitoso) com as épocas de maior demanda evaporativa (dezembro-janeiro);

  • Utilizar cultivares de ciclos diferentes visando reduzir os riscos em períodos de menor precipitação, considerando a probabilidade de chuvas insuficientes no mês de janeiro;

  • Fazer adubação em cobertura preferencialmente antes da ocorrência de chuvas ou quando o solo apresentar disponibilidade de água adequada.

Soja

  • Escalonar a época de semeadura e utilizar cultivares de ciclos diferentes, seguindo o zoneamento agrícola;

  • Para cultivo em terras baixas observar a exigência da espécie em drenagem e evitar variedades de ciclo tardio (longo); 

  • Em semeaduras de dezembro, utilizar cultivares de ciclo médio e tardio.

Forrageiras

  • No manejo de plantas forrageiras, promover a manutenção da cobertura de solo e de boa disponibilidade de forragem, através de cargas animais moderadas;

  • Escalonar os períodos de plantio/semeadura das forragens cultivadas no verão utilizando mudas/sementes de alto vigor;

  • Indica-se fazer silagem de cultivos e pastagens de inverno/primavera, visando garantir maior disponibilidade de alimento no verão para as categorias de rebanhos mais exigentes;

  • Fazer amostragem de solo e realizar a correção e reposição de nutrientes, como fósforo e potássio, em áreas com sucessão de pastagens temperadas-tropicais, em condições hídricas adequadas. Forrageiras tropicais podem suportar elevadas cargas como consequência do elevado potencial que as apresentam quando  adubadas, principalmente com nitrogênio de forma parcelada durante o estágio vegetativo, observando a adequada condição hídrica do solo. Nas pastagens naturais durante primavera-verão, a correção de solo e adubação fosfatada promovem melhor desenvolvimento e ocorrência das leguminosas.

Fruticultura

  • Promover a manutenção da vegetação de cobertura em pomares, espontânea ou cultivada, de forma a evitar a ocorrência de solo descoberto, que possa vir a ocasionar processos erosivos, dado prognóstico climático de precipitação pluvial acima da média;

  • Monitorar e controlar a ocorrência de pragas e moléstias, especialmente doenças fúngicas, favorecidas pelo molhamento foliar decorrente dos aumentos previstos de precipitação pluvial e pelas maiores temperaturas do ar registradas na primavera/verão;

  • Realizar poda verde de modo a promover maior aeração e insolação no dossel vegetativo, para criar condições mais adequadas à formação dos frutos, em termos de sanidade, coloração e acúmulo de açúcares;

  • Evitar a colheita dos frutos em dias chuvosos, para não ocorrerem problemas fitossanitários em pós-colheita.

Hortaliças

  • Evitar irrigação em excesso e não irrigar em dias nublados. Quando necessário irrigar, proceder pela manhã. Usar cobertura morta e dar preferência à irrigação por gotejamento;

  • Em ambientes protegidos (túneis e estufas), proceder a abertura o mais cedo possível;

  • Recomenda-se a produção de mudas em ambiente protegido no sentido de garantir a qualidade das mesmas.

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