O Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi) apresentou resultados de suas pesquisas na 15ª Festa do Butiá de Giruá, na sexta-feira passada (8/3). Os pesquisadores Gilson Schlindwein, Adilson Tonietto, Sídia Witter de Freitas e Larissa Bueno Ambrosini participaram do evento, integrando a programação técnica.

O pesquisador Gilson Schlindwein abordou resultados de pesquisas e observações feitas na coleção de butiazeiros do DDPA, localizada no município de Viamão, além de explicar a técnica de quebra de dormência de sementes do butiazeiro, que possibilita a produção de mudas de origem conhecida.

“O Rio Grande do Sul possui oito espécies de butiazeiro, cada uma se desenvolvendo em diferentes regiões. É muito importante o manejo adequado do solo e a seleção de acessos de butiazeiros com boa produção e qualidade de frutos, para implantação de pomares comercias destas espécies”, destacou Gilson.

O pesquisador Adison Tonietto falou sobre os insetos associados ao butiazal, identificando as espécies e o ciclo biológico dos que consomem as sementes do butiazeiro. Tonietto mostrou a identificação dos insetos que prejudicam a planta e podem causar sua morte. Por fim, abordou aspectos sobre os diferentes tipos de despolpadeiras utilizadas no processamento dos frutos.

Potenciais polinizadores

A palestra da pesquisadora Sídia Witter teve como tema “Potenciais polinizadores do butiazeiro”. Resultados de pesquisas realizadas em um sistema de cultivo em Viamão e em butiazais naturais em Arambaré mostram que as abelhas são os potenciais polinizadores das flores de butiazeiro.

“Os butiazeiros têm grande relevância para a manutenção de polinizadores em áreas agrícolas, pois suas flores disponibilizam néctar e pólen aos visitantes florais. Isso significa que a conservação dos butiazeiros pode também auxiliar na conservação de polinizadores que prestam serviços de polinização, tanto para a produção de frutos dessa planta, como para outras culturas agrícolas, além da vegetação nativa”, explicou.

Sídia concluiu destacando que a meliponicultura e a apicultura podem ser associadas aos butiazais, se tornando mais uma fonte de renda aos agricultores, por meio da produção de mel.

Diagnóstico da cadeia produtiva

A pesquisadora Larissa Bueno Ambrosini apresentou os resultados da pesquisa “Diagnóstico do extrativismo, processamento e comercialização de produtos de butiazais no RS”. Os dados mostram que os principais usos e produtos são o fruto in natura, a cachaça com butiá e o suco, e a destinação predominante é o autoconsumo.

Apesar do alto potencial, o estudo aponta que, atualmente, o butiá contribui pouco com a renda da maior parte das famílias. “De maneira geral, 81% dos entrevistados declararam não obter renda com a extração e o processamento de produtos do butiazeiro, 16% disseram que esses produtos contribuem entre 1 a 5% para a renda da propriedade”, detalhou Larissa.

A pesquisa mostrou, entretanto, que entre produtores que adotam o manejo orgânico, 46% obtêm renda a partir da extração de produtos dos butiazais, enquanto entre os produtores que adotam o manejo convencional, esse percentual é de 8%. Os resultados completos podem ser conferidos na Circular Técnica nº 19 do DDPA.

Estande institucional

Na oportunidade, os pesquisadores também receberam os visitantes no estande institucional do DDPA, para explicar o método de quebra de dormência das sementes do butiazeiro desenvolvido pelo departamento, além de mostrar diferentes tipos de despolpadeira para processamento dos frutos. Os visitantes também puderam conhecer as abelhas que polinizam as flores de butiá e os principais insetos associados à cultura.