Mais de mil pessoas estiveram no último domingo (28), no salão da Comunidade Evangélica de Campo do Meio prestigiando a Festa da Bergamota Montenegrina. O domingo de sol contribuiu para o sucesso da 12ª edição, de pois de uma semana de frio rigoroso. Foi esse mesmo clima, porém sem a geada negra, o responsável por essa que está sendo considerada a melhor safra de citros, após perdas na produção e na qualidade devido ao clima rigoroso, nop ano passado. O evento continua hoje com programação voltada aos agricultores.
Na tarde de sábado aconteceu o julgamento das melhores amostras da bergamota. Em 2013, é a primeira vez que somente a espécie Montenegrina foi exposta. Em outros anos, até mesmo laranjas e limões eram premiados na festa. Ainda assim, 228 produtores da região inscreveram amostras, mais que na última edição, em 2011, quando 176 agricultores participaram.
O agricultor Célio Kettermann acredita que o bom resultado nos pomares empolgou os citricultores. “Essa é nossa amostra de maior qualidade na festa”, observa. Ele explicou que o principal motivo para a ausência foi a antecipação de todas as safras, sendo que em pleno julho algumas qualidades já estavam colhidas. A própria Montenegrina está adiantada em 20 dias, em relação ao período normal de colheita.
“Isso tudo em função do clima”, diz. Da mesma forma, uma excelência foi alcançada nos pomares graças a presença de umidade, pois não houve seca em 2013; boa luminosidade e o frio intenso, que influênciam no teor de doçura e acidez. Essa também foi a constatação dos jurados Danilo Atkinson (agricultor), Jorge Reichert (comerciante) e Francisco Mantezi (técnico agrônomo da Emater).
Para a avaliação, eles consideraram o padrão de fruta para o comércio, observando coloração, casca lisa, ausência de defeito e tamanho. “As amostras estão muito uniformes”, observou, revelando a dificuldade para escolher. Mantezi explica que dentro desse critério não há degustação. Entretanto, pelas frutas que provou nos pomares, garante que a safra 2013 está muito doce.

Autoridades discursam com euforia

A abertura oficial da festa aconteceu logo após o Culto Festivo e contou com a presença de autoridades locais e estaduais. O presidente da Comunidade Evangélica, Auri Ari Kochenborger, abriu os discursos agradecendo ao trabalho voluntário de inúmeras famílias para que o evento acontecesse.
Ele lembrou que tudo começou na década de 40, quando João Edwino Derlan descobriu a nova espécie de citro, em terras perto do local onde está o ginásio da comunidade. Hoje, a Montenegrina responde por 50% da produção de citros do Vale do Caí, sendo mais saborosa e resistente para exportação. “Enfim, é a melhor”, garante.
O engenheiro-agrônomo Paulo João Lipp, representando o secretário da Agricultura, Pecuária, Pesca e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, parabenizou a evolução do setor. Segundo ele, a cada ano que passa a bergamota plantada nessa região fica mais saborosa. “É aqui, deste berço onde estamos, que sai a melhor bergamota do Brasil”, enfatizou.
O prefeito de Montenegro, Paulo Azeredo, destacou o trabalho persistente dos agricultores, em especial os jovens, permanecendo no campo para produzir os alimentos. O chefe do Executivo admitiu que as estradas do interior ainda não estão perfeitas, mas assumiu o compromisso de investir no setor primário. Além da compra de novas patrolas e um trator, revelou que uma emenda de R$ 1,6 milhão foi apresentada em Brasília tentando recursos para finalizar o asfalto na estrada Campo do Meio/Santos Reis, ligando a com a Transcitros.

“É aqui, deste berço, que sai a melhor bergamota do Brasil”