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Floração da canola inicia no RS, e plantio da safra de inverno segue de forma lenta

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- - Foto: Fernando Dias/ Seapi
Por Adriane Bertoglio Rodrigues/Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar

O clima do período com excesso de umidade dificulta o andamento do plantio da Safra de Inverno no Rio Grande do Sul. No caso da canola, será necessário o replantio de algumas áreas. Mesmo assim, em áreas já implantadas, inicia o florescimento da cultura. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (12/06) pela Emater/RS-Ascar, na região administrativa de Santa Rosa foram implantadas 84% das áreas, sendo que, desse total, 90% estão em desenvolvimento vegetativo e 10% em florescimento. Em São Luiz Gonzaga, onde há significativa área cultivada com canola na região, diversas empresas disponibilizam programas de fomento ao cultivo da oleaginosa, tendo em vista a construção de unidade de beneficiamento com capacidade de 700 t/dia.

Na região de Frederico Westphalen, a cultura da canola tem o maior incremento relativo de expectativa de área para esta safra. Cerca de 60% da área prevista foi semeada e, de maneira geral, apresentam estabelecimento e desenvolvimento satisfatórios. Em Manoel Viana, na região de Bagé, vários produtores precisaram realizar o replantio. Estima-se que esteja plantada 80% da área total prevista, que é de 7.300 hectares. A área cultivada com canola no Rio Grande do Sul na Safra 2024 foi de 1.331.013 hectares, e a produtividade, de 2.781 kg/ha (IBGE). 

Trigo 

A excessiva umidade no solo e as chuvas atrapalharam o plantio da cultura em diversas regiões, causando até mesmo erosão. Estima-se que 12% da área foi implantada, e os agricultores aguardam condições climáticas melhores para avançar na operação.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Ijuí, a semeadura do trigo ocorreu apenas nas localidades onde choveu pouco na semana anterior. Mesmo assim, o plantio foi realizado em solo com umidade acima do ideal, chegando a 8%. As lavouras de trigo semeadas no final de abril apresentam emergência uniforme em solo com mais capacidade de infiltração da água das chuvas. Já em solos mais compactados, a emergência está irregular, e houve erosão e assoreamento dos sulcos de semeadura em razão das chuvas. Na região de Pelotas, a cultura do trigo está em início de semeadura e preparo das áreas para o plantio. Produtores seguem com as negociações e aquisições dos insumos para a implantação da safra.

Aveia branca

O plantio da aveia branca na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim foi finalizado. A alta nebulosidade e umidade por diversos dias impediu o avanço mais acentuado da implantação. Na região de Frederico Westphalen, cerca de 45% da área estimada com aveia branca está estabelecida. Essas áreas se encontram em desenvolvimento vegetativo, e foram beneficiadas pela redução das temperaturas no período. É efetuada a aplicação de fungicidas e a distribuição da adubação nitrogenada em cobertura. Já na região de Ijuí, foi realizada a semeadura em pequenas áreas, chegando a 70% do previsto, mesmo com solo muito úmido. As lavouras de aveia branca semeadas em abril seguem com desenvolvimento adequado, mas, devido à baixa luminosidade, apresentam coloração verde-amarelada.

Cevada

O predomínio de tempo nublado e de alta umidade, no início de junho, impossibilitou o andamento do plantio da cevada em diversas regiões. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, em locais mais úmidos, os produtores aguardam melhores condições do solo para efetuar o plantio. O preço é de R$ 84,00/sc. de 60 kg. Na região de Ijuí, não foi realizado o plantio da cevada, e o índice segue 52%.

Culturas de Verão

Soja

Restam apenas algumas lavouras a serem colhidas no Estado. Os produtores de alguns municípios estão se mobilizando para a renegociação de dívidas com os agentes financeiros e as cerealistas, devido à queda de produtividade da cultura.

Milho

A colheita está praticamente concluída, restando apenas algumas áreas que dependem de clima favorável. Nas áreas já colhidas, os produtores realizam manejo de entressafra com plantas de cobertura.

Milho Silagem

A colheita se encontra praticamente finalizada, e em algumas regiões apresentou queda de produtividade. A qualidade, de maneira geral, está satisfatória. A silagem tem sido essencial na alimentação dos rebanhos devido à baixa oferta de forragens.

Arroz

A colheita foi encerrada e os agricultores realizam os manejos de entressafra. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em função do tempo mais seco, foi possível retomar as práticas de manejo das restevas e de preparo da área para a próxima safra. A comercialização enfrenta dificuldades devido à alta oferta, resultante das grandes áreas cultivadas e da boa produtividade no Rio Grande do Sul, no Brasil e nos países do Mercosul. Devido aos preços abaixo dos custos de produção, há risco de redução na área cultivada para a próxima safra.

Feijão 2ª safra

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, a colheita atingiu 95%. Na região de Ijuí, a colheita ainda não foi retomada, e está em 51%, no entanto as lavouras já estão maduras e as plantas começaram a demonstrar sinais de deterioração pela demora na colheita.

Frutícolas

Citros

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em São Gabriel, a citricultura registra excelente produtividade e qualidade nas variedades de bergamota Ponkan e do Céu, comercializadas a R$ 60,00/cx. de 22 kg. A colheita de laranja para suco avança, e o preço é de R$ 80,00/cx. 25 kg. As fortes chuvas no final de maio dificultaram a colheita e o escoamento da produção, além de favorecer a ocorrência de mosca-branca em pomares que não receberam aplicação de inseticidas. Já a recente sequência de dias secos está permitindo a continuidade dos tratos culturais e da colheita de limão, prevista para terminar em agosto.

Na região de Lajeado, apesar das chuvas terem beneficiado os pomares no Vale do Caí, recuperando a umidade do solo, a situação da citricultura é marcada pela queda nos preços, o que deixa os produtores descontentes. A colheita da bergamota Caí está avançada em Montenegro, e chega a 75%. Em São José do Sul, atinge 85%. Embora a fruta apresente ótima qualidade, os preços variam de R$ 20,00 a R$ 45,00/cx. de 25 kg, dependendo do canal de venda. De modo geral, a sanidade dos pomares é considerada satisfatória, mas há relatos de problemas pontuais em relação à mosca-branca e podridões de frutos, causados pelo excesso de umidade.

Em São Vicente do Sul, na região de Santa Maria, a maioria dos pomares está em fase de desenvolvimento reprodutivo e maturação. Dentre as variedades de laranja que seguem sendo comercializadas, destaca-se a Navelina. Quanto ao cultivo de bergamota, destaca-se o aumento da oferta da variedade Ponkan. Alguns produtores iniciaram tratamentos de inverno para o controle, principalmente, de cochonilha.

Em Santa Rosa e região, as temperaturas amenas favoreceram a floração e a frutificação fora de época em algumas frutíferas de primavera. Também houve aumento na incidência de mosca-das-frutas em laranja e bergamota, prejudicando a qualidade e causando perdas. A mosca-negra-dos-citros segue presente, mas em menor intensidade. Nos pomares de bergamota, ocorre queda de frutos em razão de pragas e rachaduras, causadas por variações climáticas.

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