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IG do Mel Branco vai garantir a proteção e o reconhecimento do produto

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Pesquisadora do DDPA, Larissa Ambrosini, durante encontro da IG do Mel Branco, em Cambará do Sul
Pesquisadora do DDPA, Larissa Ambrosini, durante encontro da IG do Mel Branco, em Cambará do Sul - Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi
Por Maria Alice Lussani

A busca da IG do Mel Branco de Cambará do Sul deu mais um passo nesta semana, com um encontro que reuniu as diversas organizações e instituições que fazem parte do projeto. O Seminário “IG do Mel Branco”, realizado no município de Cambará do Sul, teve a participação do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), da Emater/RS-Ascar, do Sebrae/RS, da Prefeitura e da Associação Cambaraense de Apicultores (Acapi).

“O Seminário foi mais um passo para a construção da Indicação Geográfica para o mel branco. Os produtores contam com a assessoria do Sebrae-RS para preparar a documentação, e a pesquisa vai fornecer os dados técnico-científicos que indicarão as caraterísticas distintivas do produto para embasar esse reconhecimento”, destaca a coordenadora da pesquisa pelo DDPA, Larissa Ambrosini.

As pesquisas para a conquista da IG estão sendo desenvolvidas desde o ano passado e devem encerrar em 2026. “O DDPA apresentou os resultados esperados de cada um dos objetivos da pesquisa, que incluem desde a caracterização do meio geográfico, das condições de solo, clima e cobertura vegetal, o registro da história do mel branco e dos saberes desenvolvidos pela comunidade para sua produção e, por fim, as análises das características desse mel, que são as análises polínicas e farmacológicas”. O projeto está em fase de coleta de dados e está sendo desenvolvido com recursos próprios do DDPA, Emater, Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e Universidade do Vale do Itajaí (Univali), cada parceiro aportando o necessário para a execução de seus objetivos na pesquisa.

“A busca da Indicação Geográfica (IG) do mel branco vai ter um impacto extremamente positivo para os apicultores e para toda a comunidade local. Seus benefícios se estendem desde o apicultor até o comércio, serviços, pousadas, hotéis e demais setores que integram a economia local, gerando oportunidades, reconhecimento e desenvolvimento sustentável em toda a cadeia”, avalia Fabiano Nichele, coordenador de Projetos de Apicultura Sebrae.

Para o gerente regional adjunto da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, Orlando Junior Kramer Velho, a IG é uma possibilidade de proteção e valorização de um produto característico de uma pequena parte da região dos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul. “A busca é pela IG Denominação de Origem, pelas características próprias dessa região, principalmente com relação à flora, que contribuem para a produção do mel branco, com a árvore carne-de-vaca, mas também com a guaraperê e gramimunha. Sem estas plantas não existe mel branco e estas plantas existem em partes de uma região delimitada entre os municípios de Cambará do Sul, Bom Jesus, Jaquirana e São José dos Ausentes”, destaca.

O trabalho, segundo Júnior, foi sendo costurado através de encontros técnicos, seminários, jornadas apícolas, em que se destacou o mel branco pela notoriedade e pela raridade também do produto. O que se espera, afirma ele, é valorizar a região e os produtores.

Para o apicultor Gustavo da Rosa Pereira, presidente da Acapi, o trabalho todo de conquista desta IG está sendo desenvolvido baseado em pesquisas, em dados concretos. E por que? “Porque o nosso mel possui uma qualidade muito boa, ele é um mel de mesa reconhecido a nível nacional. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) garantiu o primeiro e quarto lugares para o mel claro produzido na região, e nós estamos querendo que o apicultor trabalhe, comercialize e ganhe com o seu produto, agregue valor, por isso a IG é importante”, afirma Gustavo.

Pesquisadora Sidia Witter, do DDPA, fala sobre os estudos para conquista da IG do Mel Branco
Pesquisadora Sidia Witter, do DDPA, fala sobre os estudos para conquista da IG do Mel Branco - Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi

O case da IG da Erva-Mate do Alto Taquari

Ariana Maia, que está coordenando o processo de IG da erva-mate do Alto Taquari, destacou durante o Seminário da IG do Mel Branco a importância de uma Indicação Geográfica para uma região. “A IG não vem para dar valor ao produto, o valor do produto já está ali, por isso que está sendo protegido, encaminhado, para ser reconhecido. O produto já tem um valor, mas as pessoas ainda não reconhecem aquele valor, então a IG vem para fazer este reconhecimento”, afirma.

E cita o exemplo da erva-mate do Alto Taquari, que é o local de salvaguarda da erva-mate hoje no estado, que tem um valor, tanto ambiental, quanto social, econômico e cultural. “O trabalho que a gente tem feito é proteger todo este saber fazer ligado à erva-mate, para que a gente possa se orgulhar e dar a ele o devido reconhecimento e para que as futuras gerações também tenham este entendimento”, avalia Ariana.  

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