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Mainardi sugere parceria com propriedade modelo para experimentar trigo de duplo propósito na Fepagro de Hulha Negra

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Librelotto obtem mais renda com a diversificação das atividades produtivas - Foto: Vilmar da Rosa

 

 

Se há uma palavra da qual o produtor rural de Boa Vista das Missões, no Norte do Estado, Ivonei Librelotto, não se desfaz mais é diversificação. Desde 2008, quando resolveu participar de experimentos da Embrapa Trigo, Emater e algumas empresas que trabalham com melhoramento genético, ele apostou na pesquisa, na tecnologia e agora tem renda o ano todo.

A partir de então, produz trigo de duplo propósito, triticale, trevo, azevem, aveias, braquiarias e capim aries e atlas. Em visita à propriedade nesta terça-feira (03) para um dia de campo com entidades públicas e privadas, o secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, disse que o exemplo precisa ser mais difundido.

“Se todos os produtores do Estado conhecessem essa propriedade, sem dúvida produziriam mais e teriam mais renda. Precisamos levar esses exemplos a regiões como as da Campanha e Fronteira Oeste, que têm o desafio de responder a questões como a levantada pela Farsul, por exemplo, ‘de onde virão os terneiros’. Talvez esteja aí a resposta”, argumentou Mainardi.

Em 111,8 hectares, a família também cria gado de corte. “Se 30% da matrizes de gado de corte de regiões com uma problemática maior ficassem 60 dias nesses campos (da propriedade de Librelotto) se alimentando do trigo BRF Tarumã teriam 40% a mais terneiros nascidos no Estado”, afirmou um dos participantes do dia de campo.

Para Ivonei, dois fatores são fundamentais: apostar na tecnologia e fazer boa gestão da propriedade. “Nós temos as mesmas terras que há muitos anos. Se alguém nos visitasse há menos de dez anos e voltasse agora veria a diferença que faz a rotação de culturas, o bom manejo, a boa alimentação dos animais”. Em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Reino Unido, ele terá um centro de experimentação de culturas. Do Reino Unido, já recebeu certificado de modelo de sustentabilidade. Por ano, mais de mil pessoas visitam a propriedade.

Segundo Adão Acosta, pesquisador da Embrapa Trigo, cada vez mais o Governo Federal tem dado atenção à questão. A Casa Civil quer reduzir a importação. E o Governo do Estado tem feito o mesmo. Aumentou a oferta de armazenagem pública, diminuiu o ICMS para compra do produto gaúcho, retomou a Câmara Setorial em 2011. “Em contrapartida, estamos avançando na pesquisa. O BRT Tarumã, o mesmo utilizado aqui na lavoura do Librelotto, é resultado de pesquisa da Embrapa”, afirmou o pesquisador.

Experimentação na unidade da Fepagro em Hulha Negra

Impressionado com o trabalho, Mainardi sugeriu que seja fechada parceria com a Fepagro. Pretende utilizar parte dos mais de 400 hectares da unidade de Hulha Negra para experimentação do trigo de duplo propósito. Hoje, mais de 200 mil hectares de campo utilizados tradicionalmente para pecuária estão sendo usados para soja. “Se não voltarmos a fazer com que a pecuária, atividade secular do Estado, volte a ser rentável em comparação com a soja, daqui a pouco haverá migração em massa para a cultura do grão”.

RS pode abastecer mercado nacional de trigo, diz secretário

No inverno, a ociosidade dos campos deixa um rastro de seis milhões de hectares sem plantação. Tirando algumas culturas, como canola, por exemplo, sobram mais ou menos três milhões que podem receber trigo. O consumo atual no Brasil é de pouco mais de 12 milhões de toneladas. O RS, com essa área, pode suprir essa demanda, conforme Mainardi.

Nesta terça-feira (03), o grupo da Câmara Setorial do Estado está em Brasília no Conselho Nacional da Agricultura (CNA). Na Câmara Setorial do Ministério da Agricultura, devem ser recebidos pelo secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller. Eles vão buscar alternativas para o escoamento da safra, que depende que o preço da saca seja mantido.

 

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