Um público próximo de 100 pessoas, entre lideranças, técnicos, representantes de entidades e agricultores, acompanhou nesta sexta-feira (13/6), no Centro Cultural de Feliz, no Vale do Caí, mais uma edição do Seminário de Irrigação. Organizado pelas secretarias da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e da Emater/RS-Ascar, com o apoio da Prefeitura, o evento teve o objetivo de apresentar o Programa Irriga+ RS, além de destacar normas ambientais vigentes e mostrar cases de sucesso de produtores rurais que já instalaram sistemas de irrigação em suas propriedades.

A ideia geral do encontro, de acordo com o supervisor da Emater/RS-Ascar, Marcelo Brandoli, foi o de debater práticas sustentáveis no uso da água e divulgar iniciativas voltadas à irrigação no Estado, especialmente aquelas que podem minimizar os efeitos das seguidas estiagens. Responsável pelo painel que detalhou o programa de irrigação com subvenção direta ao produtor rural, o coordenador da política no Estado, Paulo Lipp João, no ato representando o secretário da Seapi, Edvilson Brum, salientou a importância da irrigação como ferramenta de fortalecimento da agricultura familiar, e de como a economia do RS depende também disso.

Em sua fala enfatizou que o governo do Estado está destinando recursos para projetos de irrigação e reservação da água, que podem ser financiados por bancos ou com recursos próprios. “Por meio do programa, os produtores podem ter 20% de subvenção no valor do projeto, com teto máximo de R$ 100 mil por beneficiário”, explicou Lipp. O edital está aberto até o dia 29 de julho de 2025, com o prazo máximo de execução de até 12 meses após a aprovação da Seapi. “A diferença deste para o das etapas anteriores é a possibilidade de aportar o recurso mesmo que o financiamento não seja feito via banco”, observou.

Nas duas primeiras etapas do programa foram 1.058 projetos encaminhados e uma nova área irrigada de 15.914 hectares. O valor total dos projetos foi de R$ 315,9 milhões, com subvenção de R$ 40,1 milhões aportados pelo Estado. Um dos beneficiários foi o citricultor Fabiano Viegas, de Montenegro, que apresentou o seu case durante o seminário. Em sua fala mencionou a importância da irrigação para o pomar de 18 hectares de bergamotas das variedades Caí, Pareci, Ponkan, Morgote e Montenegrina, além de Laranja do Céu, especialmente em anos de déficit hídrico.

"Na realidade a irrigação como um todo torna a safra satisfatória, já que ela não apenas antecipa a colheita das variedades precoces, como lhes confere homogeneidade, uma boa carga no pé, resistência e o principal, sabor", pondera, ressaltando ainda a geração de renda antecipada, uma vez que a fruta chega antes, com preço bom e qualidade para o consumidor. Em outro case, o agricultor Rafael Flach, de São José do Hortêncio, reforçou a ideia do papel essencial da irrigação e da reservação de água, especialmente para quem, no caso dele, produz olerícolas diversas, como, alface, rúcula e couve.

Outras tecnologias, como a automatização do sistema - que pode ser controlado à distância, de forma prática e com melhor gerenciamento -, e mesmo a instalação de estações meteorológicas, que geram dados sobre volumes pluviométricos, luminosidade, radiação solar e temperatura também tiveram destaque. Já os sensores de umidade do solo foram mostrados como ferramentas para a economia da água e para coleta de dados. O evento foi concluído com palestra sobre normas ambientais de outorga e licenças, ministrada pelo extensionista da Emater/RS-Ascar, Carlos Gabriel Nunes dos Santos.