Participação indígena em feiras como a Expointer garantem o sustento e a cultura destes povos
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Por Divisão Indígena e Quilombola/Seapdr
A participação indígena nas feiras que acontecem em todo o Rio Grande do Sul são muito importantes para a sobrevivência da cultura e representam uma fonte de renda importante para as famílias. Na 42ª Expointer, que encerrou no domingo (1º/09), em Esteio, a presença dos indígenas foi expressiva. 70 artesãos participaram da feira vendendo os mais diferentes artigos de artesanato como cestos, balaios, potes, cocares, maracas (chocalhos), colares, pulseiras, vasos, filtros dos sonhos, arcos e flechas, cuias, garrafas térmicas decoradas com artesanato indígena, lustres, ninhos, animais esculpidos em madeira, colheres de madeira, apitos e chás, entre outros.

Estiveram presentes as etnias Kaingang e Guarani de diversas aldeias do estado. Entre os Kaingang, foram várias aldeias de Porto Alegre e dos municípios de São Leopoldo, Iraí, Tenente Portela, Pelotas, Santa Maria, Farroupilha, Bento Gonçalves e Vicente Dutra. E três aldeias Mbya Guarani das cidades de Viamão, Maquiné e Osório.

Estes espaços de venda de artesanato nas grandes feiras do Estado são muito importantes para os indígenas, pois muitas famílias dependem hoje da venda do artesanato como única fonte de renda. E elas se preparam durante todo o ano para poder participar destes momentos que também são de festa, alegria e encontros, pois reveem parentes de áreas distantes e aproveitam para confraternizar falando seus idiomas próprios, cozinhando e comendo juntos.
Terreno no Parque
Os indígenas possuem, há mais de 25 anos, um terreno no parque de exposições Assis Brasil, em Esteio, onde colocam suas barracas, produzem o artesanato e as comidas típicas que consomem. A Divisão Indígena da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) está elaborando um projeto de casa cultural indígena em conjunto com uma comissão de artesãos indígenas de ambas as etnias para abrigar as famílias que agora acampam no local. A ideia é que também seja um espaço para apresentações culturais.

No Pavilhão da Agricultura Familiar na Expointer, os índios possuem três estandes próximos aos artesanatos rurais. De acordo com a Kaingang Iracema, "nós estamos muito felizes, as vendas foram muito boas neste ano". Já para os Guarani é muito importante poder participar deste momento e aumentar os recursos disponíveis, mas eles acreditam que se tiverem mais um espaço dentro do pavilhão, poderão expor melhor seu artesanato e melhorar a comercialização de seus produtos.
O setor da agricultura familiar vendeu R$ 4.540.549,57 na 42ª Expointer, o que representa um crescimento de 13,51% com relação ao ano passado. Na venda de artesanato, a expansão chegou a 8,38%, somando R$ 1,385 milhão neste ano.
