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Potencial do cultivo de lúpulo é apresentado em Seminário na Expointer

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- - Foto: Fernando Dias/Seapdr
Por Maria Alice Lussani

A reunião da Câmara Setorial de Bebidas Regionais da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), na tarde desta quarta-feira (31), desta vez foi diferente. Ela foi realizada na casa da Emater na Expointer, em Esteio, e integrada com o Seminário “Cultura do Lúpulo no RS”, organizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural.

O novo coordenador da Câmara, João Luís Giovanella, é presidente da Associação Gaúcha de Microcervejarias (AGM) e diretor executivo da Cervejaria Salva, e tomou posse durante o encontro. Giovanella é formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e em administração pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). “Temos muito trabalho pela frente”, destacou.

Durante o Seminário, o coordenador-geral do Cadastro Nacional do Agricultor Familiar (CAF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Gabriel Assmann, apresentou os primeiros resultados do livro “Lúpulo no Brasil: perspectivas e realidades”. A publicação, organizada pelo Mapa e com lançamento previsto para novembro deste ano, fez uma análise da situação do lúpulo no Brasil, planos de viabilidade técnica e econômica, estudo sobre as cadeias produtivas existentes no mundo e também apresenta um manual de boas práticas. 

De acordo com o levantamento, em 2020 existiam 75 mil plantas de lúpulo no Brasil em 25 hectares de área plantada. Entre as principais cultivares, estão a Casacade, Chinook e Columbus. Os maiores estados produtores são Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerias.

O coordenador do Mapa destacou as diferentes iniciativas no país de fomento à cadeia produtiva, principalmente nos estados de Santa Catarina e Paraná, com cooperativas e arranjos produtivos locais, em São Paulo com a criação de um Banco de Germoplasma e um processo de registro da primeira variedade brasileira e no Rio de Janeiro com a Rede Lúpulo. No Rio Grande do Sul, se destacam iniciativas como a Lupulândia e o arranjo produtivo local com agricultores da Salva.

Para Assmann, “o cultivo do lúpulo possui um alto valor de investimento inicial, porém sua perspectiva de retorno financeiro mostra ser uma cultura rentável a médio e longo prazo”. Por isso, segundo ele, a importância da criação de sistemas de cooperativas e centros de processamento locais de lúpulo, sendo uma cultura com potencial para ser difundida na agricultura familiar.

Já o engenheiro agrônomo Marcus Outemare apresentou o trabalho desenvolvido pela cervejaria Salva com agricultores familiares do Vale do Taquari na produção de lúpulo. Segundo ele, o lúpulo é uma cultura de ciclo anual, precisa de 14 a 16 horas de luz por dia e aqui no Rio Grande do Sul está sendo produzido com bons resultados, com qualidade e terroir próprio. O futuro? Outemare acredita que o lúpulo tem demanda, tem mercado, tem potencial produtivo. “O Brasil hoje produz apenas 1% do lúpulo consumido aqui, 99% é importado, então o país tem todo o potencial para crescer muito”, afirma.

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