Introduzir produtores rurais de Veranópolis e região no universo da meliponicultura (criação de abelhas nativas sem-ferrão). Essa foi a finalidade do Curso de Abelhas Sem-Ferrão, que ocorreu nessa semana (de 16 a 18/6) no município, ministrado pela técnica do Senar-RS, Maristela Mendonça Krügel.  O evento foi uma parceria entre o Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Fruticultura (Cefruti), vinculado ao Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi); o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Veranópolis, Fagundes Varela e Vila Flores; a Associação de Apicultores e Meliponicultores Regionais da Serra das Antas e o Senar-RS. O curso foi direcionado também a técnicos, pesquisadores e comunidade interessada, e abordou conteúdos teóricos e práticos sobre a atividade.

Durante as aulas, foram discutidos temas como as principais espécies de abelhas nativas, sua biologia e comportamento; técnicas de manejo das colmeias; alimentação; controle de pragas e predadores; além dos produtos e serviços gerados pela meliponicultura, como mel, própolis, pólen e, especialmente, o serviço ambiental de polinização.

Segundo o pesquisador do Cefruti, Bruno Dall’Agnol, a meliponicultura desempenha um papel essencial na conservação da biodiversidade e na sustentabilidade dos sistemas produtivos. “As abelhas sem-ferrão são polinizadoras eficientes, contribuindo diretamente para o aumento da produtividade de diversas culturas agrícolas e para o equilíbrio dos ecossistemas”, afirmou.

Segundo ele, esses cursos são fundamentais para qualificar e profissionalizar os meliponicultores da região, além de fortalecer a integração entre produtores e técnicos, promovendo o desenvolvimento sustentável e a geração de renda.

Ao longo da capacitação, os participantes realizaram atividades práticas em colmeias de diferentes espécies, como Tubuna, Jataí e Mandaçaia, entre outras. Foram abordadas práticas como suplementação alimentar, transferência de colônias capturadas em iscas para caixas e divisão de colmeias. Além disso, o grupo conheceu diferentes modelos de criação, tanto em áreas rurais quanto em ambientes urbanos.

A pesquisadora do Cefruti, Sonia Regina de Mello Pereira, destacou que a meliponicultura é uma alternativa de diversificação para as propriedades agrícolas. “Além de gerar renda com a produção de mel e outros derivados, ainda contribui para o aumento da produtividade de frutas e hortaliças por meio da polinização feita pelas abelhas nativas”.