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Rio Grande do Sul tem potencial para ampliar produção de peixe

O tema foi discutido hoje em Seminário na Expointer

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"Piscicultura: desafios da Cadeia Produtiva" foi debatido hoje na Expointer em evento presencial e online
"Piscicultura: desafios da Cadeia Produtiva" foi debatido hoje na Expointer em evento presencial e online - Foto: -
Por Maria Alice Lussani

O cultivo de peixe no Brasil está em franco crescimento, com um aumento de 38,7% nos últimos seis anos. Só no ano passado foram 802 mil toneladas contra 578.800 em 2014. Os recursos ficam em torno de R$ 8 bilhões por ano. São 230 mil estabelecimentos que criam peixes no país entre tilápias, responsável por 60% da produção, peixes nativos como tambaqui, que representam 35%, e outras espécies como carpa e panga, com 5%.

Os números foram apresentados nesta tarde (06/09) pelo presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros, durante o Seminário online e presencial “Piscicultura: desafios da cadeia produtiva”. O encontro foi organizado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) e Emater.

Segundo Medeiros, o setor está se especializando, se tornando competitivo e buscando novos mercados, principalmente na produção de tilápia. E destaca: “Eu estou falando de negócio, de dinheiro para o produtor, de melhoria das condições de vida. Fiquem de olho no mercado, ele é o senhor do nosso agronegócio”.

O oeste do Paraná é o maior polo produtor de tilápia do Brasil
O oeste do Paraná é o maior polo produtor de tilápia do Brasil - Foto: -

O oeste do Paraná é o maior polo produtor de tilápia, com 25 entrepostos de pescado, com uma produção de 3 a 8 mil kg/dia. De acordo com o produtor Delmar Kohler, “nós só trabalhamos com filé de tilápia, o produto pronto que é o que o consumidor busca. Todo o resto vai para a fabricação de farinha”, afirma.

 “Temos no Paraná uma cadeia produtiva bem estruturada, uma legislação avançada e uma indústria pesqueira que puxa a produção. São 166 mil toneladas de pescado/ano no estado”, destaca o Professor Aldi Feiden, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

O Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul conta com 50.464 produtores, sendo 78% para subsistência e 22% para comercialização. A produção é de 17.700 toneladas. São 84 indústrias, sendo 65 em funcionamento. A maioria, 87% são peixes de cultivo, 7% de captura e 6% cultivo/captura. Entre as espécies cultivadas, 65% são carpas, 27% tilápias e 8% nativos.

A Emater presta assistência técnica para 5289 produtores em 299 municípios. A área chega a 2.235 hectares. São 8608 viveiros. Na semana santa, que responde por 20 a 25% da produção, 472 municípios confirmaram a comercialização de pescado neste ano. O volume chegou a 5.044 toneladas, num total de R$ 118 milhões, com um preço médio de R$ 23,52 kg.

De acordo com o extensionista da Emater, João Sampaio, os principais desafios para o desenvolvimento do cultivo de peixes no Rio Grande do Sul é o alto custo de produção, o crédito, problemas com a uniformidade dos alevinos, sistemas de produção de baixa tecnologia e demanda limitada.

A lei nº 15.647 aprovada em 01/06/2021 (veja reportagem aqui) pode ser um avanço no desenvolvimento da aquicultura no estado. De acordo com Marco Rotta, pesquisador do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA/SEAPDR), existem muitos avanços na lei que vão permitir o desenvolvimento da atividade.

Produtor Guinter Dalferth produz 10 milhões alevinos de tilápia/ano e 2 milhões de outros alevinos
Produtor Guinter Dalferth produz 10 milhões alevinos de tilápia/ano e 2 milhões de outros alevinos - Foto: -

O produtor Guinter Dalferth tem uma empresa familiar há 25 anos. Ele produz 10 milhões alevinos de tilápia/ano e 2 milhões de outros alevinos como carpas, jundiás e lambaris na Fazenda Vilanova, em Vila Conceição. Ele conta que tem clientes no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. “Mas a vida não é fácil. Nós estamos na piscicultura hoje porque tivemos persistência. Quem faz um bom trabalho, acaba tendo sucesso”, afirma. 

Já Marcelo Treviso, da agroindústria Natupeixe, de Guaporé, conta que começou a atividade em 2012 e que de lá para cá o negócio cresceu. Hoje tem uma produção de 700 toneladas/ano. No entanto, destaca algumas dificuldades como a comercialização no inverno e a concorrência de outros peixes, como o panga, que tem um custo menor de comercialização.

A Embrapa apresentou um novo site que disponibiliza informações georefernciadas que permitem realizar análises espaciais sobre a cadeia produtiva da aquicultura. Ele foi lançado em julho deste ano em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Sebrae e Fundo Amazônico. Veja aqui.

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