Secretaria da Agricultura anuncia investimentos em Santa Vitória do Palmar
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O secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, repassou formalmente nesta segunda-feira (25), em Santa Vitória do Palmar, o recurso da Consulta Popular de R$ 105 mil, que será utilizado pelo município para a compra de 800 toneladas de calcário permitindo a correção da acidez do solo de propriedades da agricultura familiar. Em ato na Prefeitura Municipal, também entregou uma camionete à Inspetoria de Defesa Agropecuária (IDA) e anunciou a inclusão da cidade na terceira etapa do programa de inseminação artificial Dissemina.
Em parceria com a secretaria municipal da Agricultura, a Seapa vai capacitar os técnicos e repassar um veículo, um botijão de nitrogênio e sêmen gratuito. Acompanhado do diretor-presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Claudio Pereira, ex-prefeito de Santa Vitória, Mainardi fez um balanço das políticas públicas para a agricultura e outras áreas. Disse que nos últimos anos o governo tem recuperado a capacidade de investimento do Estado. Usou como exemplo a reestruturação da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), a Emater, cujos recursos foram duplicados nos últimos anos; o próprio Irga, que depois de 40 anos realizou concurso público e tem investido em pesquisa de novas cultivares que dão alternativas de produção e renda aos produtores de arroz.
Na área da melhoria genética, citou a Central Riograndense de Inseminação Artificial (Cria), que havia sido sucateada e praticamente fechada antes de 2011. “O Estado tem tido, cada vez mais, uma presença fundamental na organização social e econômica da vida das pessoas. Têm uns que insistem em dizer que o mercado, por si só, trata de regular a economia e as questões sociais, que não precisa interferência dos governos. Mas são os mesmos que nos momentos de crise batem na porta do Estado para pedir ajuda. De um lado pedem um Estado cada vez menos funcional do ponto de vista das políticas, de outro, se socorrem quando precisam”.
Um exemplo disso aconteceu com o arroz em 2011, lembrou Mainardi. Numa articulação com o governo Federal, o RS conseguiu R$ 1,2 bilhão para escoar a safra.
Na cadeia do leite, embora ainda necessite de mais organização, não é diferente. Enquanto a arrecadação fica em R$ 154 milhões por ano de ICMS, o incentivo fiscal gira em torno dos R$ 260 milhões. “Por isso estamos apostando na estruturação do setor a partir do Fundoleite, que vai ser votado nesta terça-feira na Assembleia Legislativa. A cadeia do leite no estado tem potencial, mas precisa de mais organização. Existem pelo menos umas seis entidades representativas. Se conseguirmos fazer, por exemplo, como o Uruguai tem feito, podemos apostar que daqui a dez anos a nossa meta de produzir 20 milhões de litros por dia será cumprida. Consumindo cinco milhões por dia, teremos 15 para vender a outros mercados”, projetou o secretário.
O prefeito de Santa Vitória, Eduardo Morrone, disse que o trabalho em conjunto com a Secretaria da Agricultura tem se constituído numa parceria em benefício dos pequenos produtores. Numa avaliação anterior, afirmou ele, não se tinha ideia da abrangência da agricultura e pecuária familiares e que hoje mais de 70 famílias estão participando de programas de incentivo à produção.
O município, segundo ele, já solicitou a adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) na perspectiva de proporcionar o comércio dos seus produtos fora da cidade.
Visita à cooperativa de leite
Em visita à cooperativa Sul Leite, Mainardi recebeu das mãos dos representantes dos produtores projeto em que solicitam a instalação de entreposto com Sistema de Inspeção Federal (SIF) na cidade, num terreno já cedido pela prefeitura.
Desta forma, a cooperativa poderá vender leite e derivados em outras localidades e até mesmo fora do Rio Grande do Sul. Mainardi, por conhecer a realidade do mercado, acatou a ideia, mas sugeriu que eles procurassem um nicho antes de expandir os negócios.
“Pelo que tenho visto, neste mercado do leite, a diferenciação dos produtos na qualidade garante o posicionamento no mercado. Muitas marcas produzem as mesmas coisas e acabam prevalecendo as grandes, com mais capacidade de investimento em mídia, grandes cooperativas, que têm menos custo de produção, por exemplo. Portanto, ter um produto diferenciado permite avançar a marca e consolidá-la mais pra frente”.