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Sistemas agroflorestais garantem sustentabilidade econômica e ambiental das propriedades rurais

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A associação entre florestas e cultivos agrícolas e/ou a criação de animais é a temática de uma das 26 parcelas apresentadas no Caminhos da Integração, espaço da Emater/RS-Ascar e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na 34ª Expointer. O objetivo é demonstrar alternativas de sistemas de produção que integrem o componente florestal à produção de alimentos, como grãos, frutas e carne, e incentivar os produtores rurais a adotarem práticas ambientalmente sustentáveis em suas propriedades.

“É possível produzir alimentos com conservação ambiental, por meio de sistemas agroflorestais”, afirma Antônio Borba, assistente técnico estadual em florestas da Emater/RS-Ascar. Conforme Borba, estes sistemas buscam a melhor utilização dos recursos naturais disponíveis, como a água, o solo e a luminosidade, sendo alternativas de manejo sustentável, pois possibilitam a otimização dos fatores de produção, como a mão-de-obra familiar. Além disso, segundo Borba, a integração do componente arbóreo com outras atividades produtivas promove a geração de renda, a garantia da segurança alimentar às famílias rurais e o aumento da biodiversidade na propriedade.

“Aqui também estamos dando ênfase aos subprodutos gerados em sistemas agroflorestais”, explica Borba. Frutas, mel, erva-mate, palmito, carvão e madeira são alguns dos produtos expostos no espaço, todos oriundos de sistemas consorciados. Como forma de agregar valor à produção, o agricultor pode industrializar o seu produto, como é o caso de uma agroindústria de Antônio Prado, que faz o aproveitamento de frutíferas nativas, no caso o butiá e a goiaba, para a elaboração de bebida. Outra prática comum é associar o cultivo de pastagens, como aveia e azevém, com florestas. “Mas deve-se cuidar com a necessidade de luz das plantas, deixando o espaçamento adequado para a entrada da luminosidade”, alerta Borba.

Conforme a engenheira florestal do escritório regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, Adelaide Ramos, os sistemas agroflorestais, além de auxiliarem na conservação do solo e na proteção de mananciais hídricos, também proporcionam um maior conforto térmico aos animais, pois fornecem sombra durante o verão e protegem o rebanho dos ventos frios no inverno. “A temperatura dentro de uma floresta pode ter uma diferença de 4ºC a 6ºC em relação ao campo aberto”, justifica Adelaide. Além disso, segundo a engenheira florestal da Emater/RS-Ascar, na citricultura, as florestas podem auxiliar na redução da ocorrência do cancro cítrico, ao fornecer sombra aos pomares.

Além de todas estas vantagens, Borba explica que os sistemas agroflorestais também são utilizados pelos agricultores familiares para a adequação ambiental das propriedades rurais, pois a legislação brasileira prevê que áreas de reserva legal e de preservação permanente podem ser exploradas, através de manejo sustentável, quando inseridas nesse sistema.

A 34ª Expointer ocorre até o dia 04 de setembro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio.


Texto: Júlio Fiori

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