Especialistas destacam pouco uso da irrigação
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A irrigação, como alternativa tecnológica de estabilização da produção e de aumento da produtividade agrícola e pecuária ainda é muito pouco utilizada no País. No Brasil, apenas 15% das áreas potencialmente irrigáveis utilizam aqueles mecanismos e, no Rio Grande do Sul, não mais do que 3% dos produtores adotam a irrigação por aspersão. Os dados foram revelados no Seminário Internacional “Água, Irrigação e Alimentação”, que está sendo realizado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, juntamente com a FAO, no centro de Eventos do Barra Shopping, em Porto Alegre.
O representante da Secretaria Nacional de Irrigação do Ministério da Integração Nacional, Ramon Flavio Gomes Rodrigues, ao apresentar os programas do Governo Federal para o setor, destacou que no Brasil são irrigados apenas 4,45 milhões de hectares, quando o potencial é de 29 milhões de hectares. O sudeste é a região que mais adota esta prática, sendo responsável por 37% da área brasileira irrigada, seguido pelo Sul, com 27%.
Por sua vez, o professor Luis Santos Pereira, da Universidade de Lisboa, afirmou que sem a irrigação a Europa não subsistiria. Lá, pelo menos 700 mil hectares são irrigados. Afirmou, ainda, que o mundo vem trabalhando na adoção de tecnologias que gerem mais produção com menor utilização de água.
Por último, o coordenador de Política Agrícola da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Dílson Bisognin, informou que nos últimos 30 anos foram instalados apenas 1.100 pivôs no Estado e que apenas 600 propriedades utilizam este sistema de irrigação. “Até o final deste ano, deveremos instalar mais 350 pivôs”, garantiu, ao falar dos resultados esperados do programa “Mais Água, Mais Renda”.
Ainda conforme Bisognin, com a irrigação é possível aumentar em até 540% a produção leiteira, em 244% a produtividade do milho e em até 157% a do feijão.