As palavras emocionadas do veterinário Carlos Risso, chefe da Inspetoria de Defesa Agropecuária de Muçum, no Vale do Taquari, refletem o resgate da dignidade que a reestruturação das unidades vem trazendo aos funcionários e produtores rurais do Estado.

Prestes a se aposentar, ele não imaginava presenciar, ainda em serviço, a remodelação do espaço onde, durante muitas vezes, viu acumular dezenas de agricultores em busca de orientação ou documentação.

“O agricultor não era respeitado. Aqui, tinha duas cadeiras e um banco apenas. Eles têm de ter o direito de um atendimento mais humano”, disse Risso, que completa este ano quase 35 anos de serviço público na Secretaria Estadual de Agricultura.

“O respeito é algo que não tem quantificação. Não existe meio respeito. Ou se tem ou não se tem. E agora eu mordo a minha língua, no bom sentido, ao ver que os produtores podem ser atendidos num lugar digno da importância que têm na economia regional e do Estado”, disse.

O secretário-adjunto da Agricultura do Estado, Claudio Fioreze, foi mais longe. Sentiu-se honrado em poder ver funcionários que, às vezes, mesmo com a omissão do Estado ao longo dos anos, continuam a prestar um bom serviço à população.

“A palavra é mesmo essa: respeito. Restabelecê-lo ao produtor rural. É um gesto simples inaugurar uma inspetoria. Mas que tem um valor maior se comparado ao trabalho que faremos nas 248 unidades e nos mais de cem postos espalhados pelo Rio Grande do Sul. É uma política pública. Um sonho, um ideal, que agora podemos ver acontecer”, complementou Fioreze.

Numa economia, a exemplo dos outros municípios, fortemente ligada à suinocultura, bacia leiteira e aves, Muçum precisa de três ações, na opinião do secretário-adjunto: entrar no consórcio para adesão ao Susaf ou Suasa/Sisbi, trabalhar a agroindústria para agregar valor aos produtos oriundos dessas importantes cadeias produtivas e aderir ao Programa de Controle e Erradicação da Tuberculose e Brucelose (Procetube), que deve ser lançado oficialmente na região até o final do mês pelo governador Tarso Genro e pelo secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, durante caravana de interiorização do governo.

Ao investir mais de R$ 60 milhões na defesa sanitária, o Estado pretende também frear o êxodo rural, segundo Fioreze. Além de melhorar o status sanitário e a qualidade dos produtos, aumentando o mercado, “se pretende até mesmo resgatar aquele jovem que porventura já tenha deixado o campo e, com investimento em tecnologia e o crescimento da renda, pode voltar e continuar o trabalho da família”.